segunda-feira, 15 de julho de 2013

Gestão Empresarial

Gestão empresarial
Gestão Empresarial

Gerenciar uma micro e pequena empresa (MPE) é uma atividade complexa. Uma atividade complexa é aquela que exige interação entre pessoas que tem pontos de vistas diferentes sobre o mesmo tema e multidisciplinaridade, ou seja, conhecimento em várias áreas do conhecimento. A necessidade da interação está motivada pelo fato do gerente ter que lidar com diversas atividades na empresa. Essas atividades são executadas por supervisores, coordenadores, engenheiros, técnicos e operadores, que apresentam pontos de vistas diferentes sobre a mesma temática. Assim o papel do gerente é fazer com que pessoas com diferentes percepções sobre a mesma temática consigam compreender os objetivos das suas atividades no contexto da empresa e das suas estratégias. O papel do gestor é nivelar o entendimento.

Em função da necessidade de se desenvolver ferramentas que possam auxiliar o gestor e seus colaboradores são encontrados disponíveis, pelo menos na amazona, mais de 400.000 títulos de livros que tratam o tema. Edward Deming (1950) desenvolveu uma forma de reduzir a complexidade das empresas quando propôs o modelo de empresa estruturada em processos. Um processo é um conjunto de atividades capazes de transformar as entradas (solicitações) em saídas (serviços e/ou produtos). A identificação de todos os processos da empresa torna possível a compreensão, por parte de todos, de quais são os objetivos de seu trabalho. Em conjunto com a definição de cada processo são identificados os seus indicadores de controle que permitem avaliar o desempenho e indicar onde aportar recursos para melhorar o desempenho e com isso a competitividade.

São os processos que permitem ao gerente ter uma compreensão completa de forma simples das empresas que gerem. A partir dessa configuração o seu papel é de pilotar a empresa corrigindo-a para onde se deseja chegar. Daí em função de uma forma relativamente simples de estruturar a empresa, estaríamos resolvendo o problema da sua complexidade. Assim não caberia mais as empresas apresentarem problemas em suas estruturas de organização. O fato é que as pesquisas realizadas pelo SEBRAE (2011) indicam que 83% das MPE pesquisadas tem baixo desenvolvimento nas suas estruturas de organização ou processos. Em parte, isso pode ser justificado pela falta de formação ou experiência do gestor na área de administração. Muitos dos empresários que iniciam os seus negócios não têm noção alguma de como gerir ou a clara percepção dos passos seguintes. Poucos elaboram um plano de negócios e estabelecem um planejamento estratégico que e a base da construção de uma empresa. Até pouco tempo boa parte dos empresários tinham mais de 40 anos e haviam sido demitidos de seus empregos e tinham dificuldades em realocação no mercado de trabalho. Atualmente mais de 40% dos novos empresários são jovens recém-saídos das universidades com algumas ideias para iniciarem um negócio. Muitos desses os principais investidores são os pais e os sócios são amigos na mesma situação. Tão logo exista uma sinalização clara de um emprego poucos resistem a se manterem nos objetivos e persistirem em desenvolverem as suas empresas.

Esse cenário reflete na grande mortalidade das empresas. Segundo pesquisa do SEBRAE no Brasil de cada 100 MPE abertas no Brasil, 73 permanecem em atividade após os primeiros dois anos de existência. Comparando-se na atual fase o índice de sobrevivência das MPE brasileiras é superior ao de países como Espanha (69%), Itália (68%) e Holanda (50%), conforme dados da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Contudo, podemos justificar o aumento de índice de sobrevivência das MPE brasileiras devido ao aquecimento da economia brasileira, a maior sobrevivência das empresas brasileiras deve-se principalmente ao avanço da legislação, o aumento na escolaridade dos empreendedores e o forte crescimento do mercado consumidor interno, apontou o presidente do Sebrae Nacional, Luiz Barretto, durante o lançamento da pesquisa sobre a sobrevivência das MPEs brasileiras, em outubro de 2011.

André Marques